Facção controla 50%+ das áreas sob influência do crime, aumento de 8,4% no controle territorial armado.
No Rio de Janeiro, a cidade maravilhosa, o Comando Vermelho (CV) mostrou sua força ao expandir seu controle territorial de 2022 para 2023. Com um crescimento de 8,4%, a facção criminosa ultrapassou as milícias e agora domina 51,9% das áreas controladas por criminosos no Grande Rio, mantendo-se como uma figura central no cenário.
A expansão do Comando Vermelho no Rio de Janeiro demonstra sua presença sólida e estratégias eficazes para manter e ampliar territórios. O controle territorial da facção criminosa reflete sua influência e poder, consolidando sua posição como uma das principais forças no cenário do crime organizado na região carioca.
Rio de Janeiro: Mudanças no Controle Territorial das Facções Criminosas
Uma pesquisa conduzida pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF) em parceria com o Instituto Fogo Cruzado, divulgada recentemente, revelou dados interessantes sobre as dinâmicas do crime organizado no Rio de Janeiro. O estudo apontou que as milícias tiveram uma redução significativa de 19,3% em suas áreas de atuação de 2022 para 2023, passando a controlar apenas 38,9% dos territórios dominados por grupos criminosos.
De acordo com as informações levantadas, o Comando Vermelho (CV) conseguiu retomar o controle de 242 km2 que haviam sido perdidos para as milícias em 2021. Naquele período, as milícias detinham 46,5% das áreas sob controle criminoso, enquanto o CV respondia por 42,9%. As regiões onde o Comando Vermelho mais se expandiu foram a Baixada Fluminense e o Leste Metropolitano, ao passo que as milícias sofreram as maiores perdas na Baixada e na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro.
Segundo o pesquisador do Geni/UFF, Daniel Hirata, a morte de Ecko, uma das principais lideranças das milícias até 2021, gerou instabilidade no grupo, abrindo espaço para que outras facções criminosas, como o Terceiro Comando Puro (TCP) e os Amigos dos Amigos (ADA), aproveitassem para avançar sobre essas áreas. Essas duas facções também apresentaram recuos de 13% e 16,7%, respectivamente, de 2022 para 2023.
A pesquisa também revelou que o controle territorial armado ilegal aumentou consideravelmente no Grande Rio ao longo dos últimos 15 anos. Em 2008, 8,8% da área construída na região metropolitana estava sob controle de grupos criminosos, número que mais do que dobrou em 2023, chegando a 18,2%. Nesse cenário, a milícia foi apontada como o grupo que mais expandiu seu controle territorial, triplicando sua área de atuação desde 2008.
Para Maria Isabel Couto, diretora de Dados e Transparência do Fogo Cruzado, enquanto não houver medidas eficazes voltadas para a desarticulação das redes econômicas que sustentam os grupos armados e a proteção dos funcionários públicos que atuam em diferentes bairros do Grande Rio, a oscilação entre o crescimento das milícias e a liderança do CV será uma realidade persistente na região. A necessidade urgente de políticas públicas eficazes se torna evidente diante desse panorama desafiador.
Fonte: @ Agencia Brasil
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