Ministro Luis Felipe Salomão, corregedor do CNJ, decide quebra de sigilo para acesso a informações sigilosas sobre relações espúrias.
Via @folhamaxoficial | A investigação conduzida pelo ministro Luis Felipe Salomão, corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), resultou na determinação de que o juiz auxiliar da Corte, Wellington da Silva Medeiros, seja o responsável e o único com acesso ao material contido no celular do advogado Roberto Zampieri, vítima de assassinato na frente de seu escritório, em Cuiabá, em dezembro de 2023.
Neste caso, a apuração realizada pelo CNJ sob a supervisão do ministro Salomão destaca a importância da preservação da integridade da investigação. A pesquisa minuciosa conduzida por Wellington da Silva Medeiros visa esclarecer os detalhes do trágico evento que chocou a comunidade jurídica local.
Investigação em andamento na Corregedoria Nacional de Justiça
O encarregado da apuração terá a responsabilidade de extrair as informações relacionadas às competências constitucionais da Corregedoria. Há suspeitas de relações espúrias entre Zampieri e autoridades judiciais, advogados e desembargadores, durante as conversas.
Com efeito, uma decisão judicial autorizou a quebra do sigilo das comunicações telefônicas, permitindo que a Corregedoria Nacional transfira informações sigilosas para o CNJ. Tais dados permanecerão confidenciais e servirão exclusivamente para subsidiar a investigação de fatos específicos envolvendo membros do TJMT.
Além disso, o magistrado indeferiu solicitações feitas pela viúva de Roberto Zampieri, pelo escritório do advogado falecido e pelo Conselho Federal da OAB. Eles pediram a devolução do celular da vítima e a exclusão de dados não relacionados ao assassinato.
O juiz também abriu um Pedido de Providência contra o ex-juiz da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, Wladymir Perri, devido a decisões tomadas por ele no processo.
Roberto Zampieri foi morto na noite de 5 de dezembro de 2023, em frente ao seu escritório no bairro Bosque da Saúde, na Capital. Ele estava em uma picape Fiat Toro quando foi baleado várias vezes por um atirador usando uma pistola calibre 9 mm.
O suspeito, Antônio Gomes da Silva, de 56 anos, foi detido em Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte (MG). Os dados do celular de Zampieri foram enviados para o CNJ após uma determinação da Corte ao juiz da 12ª Vara Criminal de Cuiabá (MT).
A ordem foi emitida pelo corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, com o objetivo de preservar as informações apreendidas pelo juiz da vara.
Desde o início da investigação do crime, o juiz Wladymir Perri tomou medidas para manter o controle exclusivo sobre o celular da vítima. O magistrado foi transferido para a Terceira Vara Criminal de Várzea Grande em maio, após uma reclamação disciplinar no CNJ.
Na decisão que rejeitou os pedidos da OAB, da viúva e do escritório, o ministro Salomão destacou que a averiguação desses fatos tem interesse tanto da Corregedoria Nacional de Justiça, no aspecto disciplinar, quanto da Polícia e Ministério Público, na investigação criminal do homicídio de Zampieri.
Portanto, a oposição dos envolvidos não procede, pois não serão analisadas informações sobre a intimidade ou vida privada do falecido, nem sobre sua relação com clientes. A investigação se concentra em possíveis vínculos inadequados entre o advogado e membros do Judiciário.
Fonte: © Direto News
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