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Em fevereiro, esse percentual era de 33% e em novembro do ano passado, 39% devido ao cenário internacional, política monetária norte-americana, escalada de conflitos geopolíticos, riscos fiscais, alta alavancagem de famílias.
Os riscos do panorama global para a estabilidade econômica nos próximos três anos permanecem sendo os mais significativos na visão das instituições financeiras (IFs), que buscam estratégias para mitigar essas incertezas.
Diante dos desafios impostos pela volatilidade do mercado, as IFs estão atentas aos riscos e ameaças que podem impactar suas operações, adotando medidas preventivas para garantir a segurança de seus investimentos.
Riscos e Desafios na Estabilidade Financeira
A análise presente na Pesquisa de Estabilidade Financeira conduzida trimestralmente pelo Banco Central (BC) junto às instituições do Sistema Financeiro Nacional (SFN) ressalta a importância de estar atento aos riscos. Nesse contexto, a pesquisa realça considerações sobre a política monetária norte-americana, a situação fiscal nas economias centrais e a escalada de conflitos geopolíticos. A amostragem contemplou 100 instituições financeiras e aborda também a probabilidade e os impactos dos riscos.
O risco vinculado ao cenário internacional foi apontado como o mais significativo pelas instituições financeiras em 38% das vezes. Em fevereiro, essa porcentagem era de 33%, enquanto em novembro do ano anterior era de 39%. Por outro lado, os riscos fiscais foram mencionados em 27% das ocasiões, abaixo dos 31% registrados em fevereiro, porém acima dos 25% de novembro.
Observa-se um aumento na probabilidade e no impacto atribuídos aos riscos fiscais, com destaque para as preocupações com os resultados fiscais e a trajetória da dívida pública brasileira, conforme indicado na pesquisa. No que se refere à inadimplência e atividade, o terceiro risco mais citado quando questionadas sobre o risco mais relevante, houve uma diminuição nas menções, de 19% em fevereiro para 15% em maio.
A pesquisa evidencia que as apreensões estão principalmente ligadas à alta alavancagem das famílias e à expansão de linhas de crédito mais arriscadas. De maneira geral, o impacto médio esperado dos riscos aumentou marginalmente, impulsionado pelo acréscimo da contribuição dos riscos do cenário internacional e dos riscos fiscais.
No que tange ao ciclo econômico, as instituições financeiras pesquisadas percebem melhorias. O BC inclui seis classificações como opção: expansão, boom, contração, recessão, depressão e recuperação. A pesquisa destaca as mudanças nas avaliações de contração para recuperação e de recuperação para expansão.
Além disso, houve um aumento na percepção da tendência de alta no hiato da relação crédito/Produto Interno Bruto (PIB). Apesar da visão predominante de um nível elevado de alavancagem das famílias e empresas, a avaliação permaneceu estável.
A pesquisa também aborda questões relacionadas à avaliação das instituições financeiras sobre o acesso a funding, os preços de ativos em relação aos fundamentos econômicos e a disposição para assumir riscos. Nesse sentido, a pesquisa revela que a percepção sobre o ciclo financeiro sofreu alguma deterioração, devido a uma leve redução na disposição das IFs para assumir riscos e a uma piora na percepção sobre os preços de ativos em relação aos fundamentos econômicos.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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