Banco acusa executivo de R$ 4,86 milhões indevidos, acusados contestam e pedem proteção contra declarações.
O Itaú Unibanco denunciou graves irregularidades financeiras envolvendo o seu próprio ex-diretor financeiro, Alexsandro Broedel, e um especialista em contabilidade de renome no país, Eliseu Martins. A instituição acusou os dois de terem formado uma sociedade que beneficiava financeiramente o ex-executivo, utilizando-se de transferências de recursos que não foram transparentes. Este procedimento foi protocolado na sexta-feira
De acordo com o banco, Alexsandro Broedel e Eliseu Martins teriam formado uma sociedade que beneficiava o ex-diretor financeiro do banco. A instituição ainda ressaltou que teria identificado transferências de recursos entre os dois que eram suspeitas de serem fraudulentas. O banco também informou que a acção civil foi protocolada na justiça no intuito de proteger os seus interesses e garantir a correção dos atos suspeitos.
Acusações Infundadas e Medidas Judiciais
A assessoria de imprensa do empresário Broedel declarou que as acusações feitas pelo Itaú são infundadas e que ele tomará medidas judiciais para se defender. Já o consultor Martins manifestou-se veementemente contra as declarações e decisões do banco, alegando má-fé na interpretação dos fatos pelo banco, enfatizando a importância do banco em sua visão.
Cronologia do Caso
O caso envolveu vários eventos-chave, que podem ser resumidos da seguinte forma: em julho do presente ano, Broedel anunciou sua saída do Itaú para assumir um cargo global no Santander, na Espanha. Em agosto, o banco iniciou apurações internas para entender se Broedel havia prestado serviços de parecerista e consultor ao mercado enquanto atuava como diretor financeiro. Em setembro, o banco encerrou todos os vínculos com Broedel, que estava cumprindo quarentena. Em dezembro, o banco realizou assembleia no dia 5 e decidiu anular as contas do ex-diretor financeiro e tomar medidas legais cabíveis contra ele.
Pessoas Involvidas
Broedel, o ex-diretor financeiro do banco, deixou o cargo em julho do presente ano para assumir como chefe de contabilidade global do Santander, na Espanha. Ele ocupava o posto de diretor financeiro do Itaú há mais de 12 anos e era formado em Contabilidade e Direito pela Universidade de São Paulo (USP), onde também leciona há 22 anos. Martins, um dos principais consultores da área contábil do país, é consultor, palestrante e parecerista da área contábil. Ele é bacharel, doutor e livre-docente pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP), e é também professor emérito da instituição.
Empresas Involvidas
O caso envolve três empresas, além do Itaú. A primeira é a Broedel Consultores, criada em 1998 por Broedel, antes de seu ingresso no Itaú. Martins se tornou sócio do ex-diretor financeiro na consultoria em 2012. A segunda é a Care Consultores, sociedade entre Martins e seu filho Eric Martins. A empresa atuava fornecendo pareceres para o Itaú. A terceira é a Evam Consultores, sociedade formada por dois filhos de Martins, Eric e Vinicius Martins.
Acusação do Itaú
De acordo com o banco, Broedel teria omitido dos controles internos que mantinha uma sociedade com Martins, fornecedor do Itaú, e que exercia atividade externa de consultor e parecerista. Esses fatos, segundo a instituição, representam ‘grave descumprimento do Código de Ética’. O banco afirma que aprofundou o levantamento dos serviços contratados e concluiu que Broedel contratou 40 pareceres da Care que resultaram em 21 pagamentos, no valor total de R$ 13,255 milhões, de junho de 2019 a junho de 2024.
Atividade Externa de Consultor e Parecerista
A atividade externa de consultor e parecerista de Broedel, que exercia enquanto atuava como diretor financeiro do banco, é considerada um conflito de interesses. A sociedade entre Broedel e Martins, e a atuação de Broedel como consultor e parecerista para o Itaú, são vistas como graves violações do Código de Ética da instituição financeira.
Sociedade Entre os Dois
A sociedade entre Broedel e Martins, que data de 2012, é considerada um fator crítico no caso. A parceria entre os dois, que envolve a consultoria Broedel Consultores, é vista como um conflito de interesses, pois Broedel, enquanto diretor financeiro do banco, teria beneficiado a empresa de Martins.
Proteção Contra as Declarações
Martins, em sua defesa, afirma que as declarações do Itaú são infundadas e que ele toma medidas legais para se defender. Ele enfatiza a importância da proteção contra as declarações injustas e a necessidade de medidas legais cabíveis para proteger seus direitos.
Medidas Legais Cabíveis
O Itaú afirma que tomará medidas legais cabíveis contra Broedel, o ex-diretor financeiro, por violação do Código de Ética da instituição. As medidas legais incluem a anulação das contas de Broedel e a abertura de uma ação civil contra ele.
Fraude na Interpretação
Martins, em sua defesa, alega fraude na interpretação dos fatos pelo banco. Ele afirma que as declarações do Itaú são infundadas e que ele tomará medidas legais para se defender, enfatizando a importância da proteção contra a fraude na interpretação dos fatos.
Conflito de Interesses
O caso envolve um conflito de interesses entre Broedel, enquanto diretor financeiro do banco, e a sociedade entre Broedel e Martins, que envolve a consultoria Broedel Consultores. A parceria entre os dois é vista como um conflito de interesses, pois Broedel, enquanto diretor financeiro do banco, teria beneficiado a empresa de Martins.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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