Proposta: Colaborar contra racismo em instituições de ensino, empoderar estudantes com cabelos afros. Rito passagem: Grife baiana, solenidades rede municipal. Pluralidade corpos: Momentos solemnes e significativos, jornadas de sucesso, ensino tradicional legado. Ensino tradicional: Racismo combatido, empoderamento estudantes. Rito passagem: Pluralidade corpos, grife baiana, ensino tradicional legado.
A vereadora Marta Rodrigues (PT) propôs na Câmara Municipal de Salvador o projeto de lei (80/2024) que garante a utilização de chapéus inclusivos nas cerimônias de formatura das escolas da cidade. A ideia é que os chapéus inclusivos sejam adaptados para acomodar cabelos afro, cacheados, crespos e volumosos, promovendo a inclusão e a diversidade nas celebrações da rede municipal de ensino.
O uso dos capelos tradicionais nas formaturas sempre foi um desafio para estudantes com diferentes tipos de cabelo, o que tornava a experiência menos inclusiva. Com a implementação dos chapéus inclusivos, a vereadora Marta Rodrigues busca garantir que todos os alunos possam participar das solenidades de formatura com conforto e respeito à sua identidade, promovendo assim a igualdade e a valorização da diversidade na educação municipal de Salvador.
Chapéus inclusivos: uma mudança necessária na educação
Como passo inclusivo importante no campo da educação, a proposta visa contribuir para a luta contra o racismo ao mesmo tempo em que ajuda a fortalecer os estudantes das instituições de ensino da rede municipal que possuem cabelos afro e não se sentem representados pelo capelo tradicional, devido à dificuldade de ajustá-los adequadamente.
Vale ressaltar que Salvador é a capital com a maior população negra fora da África, com 83,2% de indivíduos autodeclarados pretos ou pardos, de acordo com o censo do IBGE de 2022. Apesar do aumento significativo de estudantes negros nas universidades, 400% a mais nos últimos 17 anos, conforme o Centro de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade de Brasília (UnB), o capelo ainda não atende à diversidade capilar da população brasileira.
Isso resulta em desconforto e práticas não inclusivas, como alisamento forçado dos cabelos, uso de tiaras para segurar o chapéu, fixação do acessório na cabeça com adesivos ou até mesmo desistência de usá-lo. A vereadora destaca que a expectativa é que o projeto receba apoio e seja expandido para esferas estaduais e federais.
Os capelos têm um significado simbólico para os estudantes, pois fazem parte de um rito de passagem. É constrangedor ver muitos jovens segurando o acessório em um momento crucial de suas vidas, simplesmente porque não foram projetados pensando neles.
O projeto de lei é inspirado no movimento #RespeitaMeuCapelo, criado pela agência GUT São Paulo e a marca de beleza Vult, do Grupo Boticário, e realizado pela Dendezeiro, uma grife baiana que se destaca pela diversidade dos corpos. A parceria planeja produzir 1000 unidades para as solenidades previstas no segundo semestre na Universidade Federal do Sul da Bahia e na Zumbi dos Palmares, em São Paulo. Como parte desse legado, os novos designs de capelos foram disponibilizados gratuitamente para todas as universidades interessadas, por meio da página do projeto.
Em um mundo onde a representatividade é fundamental, os capelos de solenidade foram concebidos para celebrar a diversidade capilar. Eles representam as jornadas de sucesso e superação daqueles que concluem sua trajetória acadêmica, marcando um momento de orgulho e conquista. Os capelos simbolizam empoderamento, inclusão e a celebração da identidade. A Dendezeiro está comprometida em promover a igualdade e a representatividade em todos os aspectos da vida, começando por esse momento solene e significativo.
O movimento foi lançado com um mini-documentário, com a participação da Professora Dra. Joana Angélica, primeira reitora negra de uma universidade no Brasil, e ex-universitárias recriando suas fotos de formatura com capelos que atendem à pluralidade dos corpos e à diversidade capilar.
Fonte: @ Ad News
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