Mutirão antecipado de vacinação contra o vírus influenza devido à circulação precoce no segundo semestre; objetivo é imunizar 75 milhões de pessoas dos grupos prioritários.
A temporada de gripe chegou mais cedo este ano, levando o Ministério da Saúde a antecipar a campanha de vacinação contra a gripe em todo o Brasil. Com a circulação precoce do vírus influenza, as autoridades de saúde decidiram agir rapidamente para proteger a população. A vacinação está disponível em diversos postos de saúde nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul, garantindo a imunização contra a gripe.
A imunização contra a influenza é fundamental para prevenir complicações graves decorrentes da gripe, especialmente em grupos de risco. É importante que a população busque a vacinação o mais rápido possível para se proteger e proteger os outros. Além disso, a adoção de medidas de higiene, como lavar as mãos com frequência e cobrir a boca ao tossir, também são essenciais para evitar a propagação do vírus influenza e garantir a saúde de todos.
Aumento de casos de gripe na região Norte
Na região Norte, a imunização ocorrerá no segundo semestre, período com mais episódios de infecções em virtude do ‘inverno amazônico’. Neste mês, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertou que o Brasil enfrenta a circulação simultânea de quatro vírus responsáveis por infecções respiratórias, o que tem elevado casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em todas as faixas etárias.
O levantamento apontou que os episódios estão ligados ao Sars-CoV-2, causador Covid-19, influenza –responsável pela gripe –, vírus sincicial respiratório (VSR) e rinovírus. Crianças de seis meses a menores de 6 anos, idosos, gestantes, pacientes imunossuprimidos e pessoas com deficiência permanente estão no grupo prioritário (veja lista abaixo).
A importância da vacinação contra a gripe
Na população infantil, aqueles que vão receber o imunizante pela primeira vez deverão tomar duas doses com um intervalo de 30 dias entre elas. ‘A gripe é uma doença que, na sua forma leve, já é muito desagradável e afasta uma criança de uma creche ou o adulto do seu trabalho por uns dias.
Tem um impacto no dia a dia de uma família’, explica Mônica Levi, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). ‘Mas existem grupos com maior risco de ter complicações da gripe, como pessoas a partir dos 60 anos e que vivem com comorbidades.
Nesses grupos, a gripe pode causar descompensação da doença de base, pode evoluir para formas graves, necessitando de internação, e ocorrer até o óbito.’ Segundo Mônica, pessoas que convivem com integrantes do grupo de risco também podem se vacinar — há doses disponíveis na rede privada –, mas é fundamental que a população mais vulnerável ao vírus compareça aos postos e participe da campanha antecipada.
Meta de vacinação e distribuição das doses
‘Todos os anos no Brasil são registrados mais de 1 mil óbitos por gripe. Então, é importante a adesão à vacinação.’ Os postos de vacinação vão oferecer gratuitamente a vacina trivalente, que protege contra três cepas do vírus que estão em circulação. A meta da pasta é vacinar 75 milhões de pessoas dos grupos prioritários.
Produtor do imunizante, o Instituto Butantan fez o repasse das primeiras 5 milhões de doses da vacina no fim de fevereiro e as demais 70 milhões estavam com entrega prevista até abril. Para a região Norte, serão disponibilizadas 6,6 milhões de doses em setembro.
Sintomas, prevenção e composição da vacina
A gripe A infecção pelo vírus influenza pode levar a casos graves ou até matar populações mais vulneráveis, por isso, a campanha destina as doses para grupos prioritários e a aplicação ocorre antes do inverno, quando o número de casos de doenças respiratórias em geral aumenta. Entre os sintomas da doença, estão: tosse, febre, dor de garganta, dor de cabeça, dores musculares e fadiga.
A febre costuma durar cerca de três dias, enquanto os sintomas respiratórios, principalmente a tosse, ficam mais aparentes com o avanço da gripe e perduram por três a cinco dias após o fim do período de febre. Quadros graves envolvem dificuldade para respirar e necessidade de hospitalização.
Composição da vacina e grupos prioritários
Em outubro do ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou a composição das vacinas contra a gripe para 2024 com base nas recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
As cepas são atualizadas todos os anos para contemplar as mutações do vírus que circulam com maior frequência.
As vacinas trivalentes, produzidas a partir de ovos de galinha, têm as seguintes cepas: Influenza A/Victoria/4897/2022 (H1N1)pdm09 Influenza A/Thailand/8/2022 (H3N2) Influenza B/Austria/1359417/2021 (B/linhagem Victoria) No caso das vacinas não baseadas em ovos, a cepa do vírus A (H1N1) deve ser um vírus similar ao influenza A/Wisconsin/67/2022 (H1N1)pdm09, a cepa A (H3N2) deve ser um vírus similar ao vírus influenza A/Massachusetts/18/2022 (H3N2) e ter ainda a cepa B.
As vacinas quadrivalentes, oferecidas na rede privada, terão as três cepas obrigatórias e um vírus similar ao influenza B/Phuket/3073/2013 (B/linhagem Yamagata). Desde o ano passado, as clínicas particulares também passaram a ofertar a nova vacina quadrivalente de alta dose para a população com mais de 60 anos.
A Efluelda, da Sanofi, demonstrou em estudos que protege 24% a mais essa população contra a gripe e reduz em 27% os episódios de hospitalização. O imunizante tem quatro vezes mais antígeno do que a vacina em dose padrão, segundo a farmacêutica.
Fonte: @ Veja Abril
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