O projeto avança com exclusões no ITCMD e alterações na aplicação de multas, mas rejeita imposto sobre grandes fortunas e estabelece regras para atos societários, imposto sobre bens e serviços, além de alterações no plane previdenciário e tributações de causa mortis, doação e sobre transmissão.
A tramitação do PLP 108/24, referente à reforma tributária, aproximou-se do fim da Câmara dos Deputados, mas a discussão política deu um golpe na aprovação do projeto, que estabelece regras para a administração e cobrança do Imposto sobre Bens e Serviços. A reforma de tributos altera a estrutura dos impostos, e essa revolução no campo de impostos é necessária para estabilizar a arrecadação dos cofres públicos no país.
Em seu processo de aprovação, o PLP 108/24 deixou de fora o Imposto sobre Circulação de Mercadores e Direitos (ITCMD), contemplando apenas a aplicação de multas, e excluindo a cobrança do imposto sobre grandes fortunas. O PLP não prevê o pagamento de tributo sob o desconto dos contribuintes, apenas se mantendo na cobrança de taxas. Com essas mudanças, o projeto avança para o Senado, onde continuará a discussão, acrescentando novas etapas na tramitação.
Aproveitamento de alterações significativas no texto do relator
Durante a sessão, os parlamentares revisaram minuciosamente emendas e destaques ao texto do relator, deputado Mauro Benevides Filho, cujo conteúdo principal havia sido aprovado ainda no primeiro semestre deste ano. Uma emenda apresentada hoje pelo relator introduziu alterações profissionais.Entre elas, está a exclusão da incidência do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) para pagamentos de planos de previdência complementar, atendendo a uma solicitação do deputado Domingos Neto. Com essa exclusão, a carga de impostos sobre beneficiários de planos previdenciários é reduzida, mantendo esses recursos isentos de cobranças adicionais no momento de sua transmissão.Outra mudança aprovada trata da exclusão de multas e da não representação fiscal para fins penais contra contribuintes, caso o processo administrativo seja decidido favoravelmente ao Fisco por meio de voto de desempate pelo presidente da câmara de julgamento.Essa medida é vista como uma forma de evitar penalizações indevidas, proporcionando segurança aos contribuintes quando a decisão administrativa é favorável ao órgão tributário.
Imposto sobre Bens e Serviços: Novas regras de gestão
Novas regras para atos societários Outro aspecto incluído no texto final envolve regras mais rígidas para atos societários considerados ‘sem justificativa passível de comprovação’.Quando uma ação beneficiar de forma desproporcional determinado sócio ou acionista, especialmente em casos como a transferência de controle acionário para familiares sem contrapartida econômica, essa operação não será considerada como fato gerador de tributo. Essa medida busca coibir práticas que, embora legais, possam ter sido realizadas com a intenção de evitar tributações futuras.Além disso, a emenda prevê o recálculo da alíquota de transmissão de bens quando estes forem transmitidos por causa mortis. Nesse caso, se valores de aplicações financeiras tiverem sido transferidos previamente, o montante total será considerado para a aplicação progressiva do tributo. Essa regra visa garantir uma tributação mais justa e alinhada ao valor total dos bens herdados.
Propostas rejeitadas: Carga tributária sobre grandes fortunas
Durante a votação, foram rejeitadas emendas que visavam uma ampliação tributária. Entre elas, destaca-se a proposta do deputado Ivan Valente para instituir o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), que incidiria sobre patrimônios superiores a R$ 10 milhões.A ideia era arrecadar mais recursos de grandes patrimônios, mas a sugestão não obteve o apoio necessário dos parlamentares. Outro destaque rejeitado foi uma proposta para suprimir do texto a atribuição do comitê gestor do IBS de realizar avaliações periódicas das políticas sociais, ambientais e de desenvolvimento econômico ligadas ao novo tributo.A cada cinco anos, o comitê deverá revisar a eficiência e a eficácia dos regimes especiais de tributação relacionados ao IBS, o que permanece como uma obrigação no projeto aprovado. Com a conclusão dessa etapa, o texto do relator foi aprovado após minuciosa revisão, deixando de lado propostas que visavam uma ampliação tributária.
Fonte: © Migalhas
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