Estudo liga calor na gravidez a riscos para mãe e bebê: doenças cardíacas, anomalias, hipertensão, desnutrição e obesidade.
Mais um motivo para nos preocuparmos com o calor intenso. A exposição a temperaturas elevadas durante a gravidez pode ter consequências negativas de longo prazo para a saúde e o desenvolvimento das crianças.
Além disso, estudos mostram que o calor excessivo pode afetar não apenas as gestantes, mas também o bem-estar geral da população. O aumento da temperatura está diretamente ligado a diversos problemas de saúde pública, exigindo ações urgentes para mitigar os impactos do calor quente.
Impacto do Calor Intenso na Gravidez e suas Consequências Adversas
A conclusão de um recente estudo, publicado no BMC Pregnancy and Childbirth, ressalta os efeitos do calor intenso durante a gestação. Decadas de pesquisas indicam que altas temperaturas podem desencadear anomalias congênitas, hipertensão gestacional e baixo peso ao nascer, aumentando o risco de patologias como cardiopatias, asma e pneumonia.
A pneumonia infantil, por exemplo, apresenta um risco significativo de aumento, estimado em 85% para cada grau de elevação na temperatura durante a gravidez. Em países africanos, a exposição excessiva ao calor está associada ao crescimento do risco de desnutrição infantil, enquanto nos Estados Unidos foi observada uma ligação com o aumento do risco de obesidade.
Os impactos do calor elevado na gravidez se manifestam por diversas vias. Além das adversas consequências na saúde materna, como pré-eclâmpsia e diabetes, o calor intenso afeta diretamente o desenvolvimento do feto, especialmente o sistema nervoso, aumentando a probabilidade de parto prematuro e causando alterações no DNA da criança.
Uma descoberta relevante foi a observação do encurtamento dos telômeros do bebê, que são marcadores biológicos no DNA associados à expectativa de vida. Outro ponto crucial é a maior vulnerabilidade das crianças do sexo feminino às extremas alterações ambientais no útero.
Além das implicações diretas na saúde, o estudo revelou conexões entre a exposição ao calor durante a gravidez e consequências negativas no desempenho educacional e econômico na vida adulta. Por exemplo, a renda anual aos 30 anos pode ser reduzida em US$ 56 para cada dia adicional com temperaturas acima de 32°C durante o primeiro trimestre da gestação.
Os dados acumulados apontam as mudanças climáticas como um dos principais responsáveis pela deterioração da saúde humana. Este estudo reforça essa ideia, destacando que os impactos do calor intenso na gravidez são profundos e duradouros, afetando não apenas a gestante, mas também as futuras gerações.
Fonte: @ Veja Abril
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