Prefeitos de cidades inundadas apontam burocracia, escassez de equipe e complexas documentações como barragens para obter fundos: burocrático, diferente, formulários, extensos, municípios pequenos, quadro funcionários, complexidades técnicas, falta de pessoal.
Os municípios impactados pelas intensas chuvas e inundações que assolaram o Rio Grande do Sul ao longo de todo o mês de maio estão enfrentando obstáculos para solicitar auxílio ao governo federal, conforme relatos de entidades ouvidas pela CNN. A burocracia, termo utilizado pelos entrevistados, abrange desde as questões relacionadas à expertise técnica até a quantidade de funcionários nas prefeituras. De acordo com informações da CNN, até o começo desta semana, 31% das 441 cidades que decretaram situação de calamidade haviam solicitado ajuda ao governo federal – ou seja, 137 municípios. ‘Alguns estão bastante prejudicados com a situação’, afirmam as fontes.
A complexidade do processo burocrático tem sido um desafio adicional para os municípios lidarem com a crise provocada pelas chuvas. Além disso, a demora na liberação de recursos tem sido comparada a uma verga-de-papel, tornando a situação ainda mais difícil para as localidades atingidas. É fundamental que haja uma agilidade maior nesse trâmite para garantir que as cidades recebam o suporte necessário o mais rápido possível. A superação dessas barreiras burocráticas é essencial para a recuperação eficaz das regiões afetadas pelas enchentes no estado gaúcho.
Desafios da Burocracia na Liberação de Recursos
O prefeito de Campo Bom, Luciano Orsi (PDT), que preside a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), destaca a complexidade burocrática enfrentada pelos municípios. Ele menciona a escassez de equipe como um dos motivos que dificultam a realização dos trâmites necessários. Orsi ressalta a disposição do governo federal em ajudar, porém, destaca que a burocracia envolvida é atípica.
Para solicitar recursos, os municípios muitas vezes precisam lidar com diferentes formulários e documentações extensas, enviadas a vários ministérios. Essa realidade, que foge do cotidiano administrativo, gera complicações na gestão e pode resultar em atrasos no processo.
O vice-presidente da Associação Gaúcha de Municípios (AGM), Jonas Calvi (PSDB), prefeito de Encantado, concorda com Orsi. Ele enfatiza a importância da fiscalização e controle, mas ressalta a necessidade de flexibilidade em situações de catástrofe. Calvi destaca a complexidade e extensão dos formulários disponibilizados pelo governo para solicitação de recursos.
Em Encantado, os impactos das chuvas foram significativos, com uma pessoa morta, duas desaparecidas e centenas de desabrigados e desalojados. Enquanto isso, em Campo Bom, apesar de não registrar mortes ou desaparecidos, o município figura na lista de afetados pela Defesa Civil estadual.
A escassez de equipe é um desafio comum enfrentado pelos municípios, especialmente os pequenos, na busca por recursos em momentos de crise. A falta de especialização e a sobrecarga de trabalho dos funcionários podem impactar a eficiência dos processos burocráticos.
Apesar das dificuldades, tanto Orsi quanto Calvi destacam que o atendimento humanitário está sendo realizado, mesmo que o fluxo de recursos ainda não atenda plenamente às necessidades. A Defesa Civil de Encantado revela que, no mês de maio, foram abertas várias solicitações de recursos ao governo federal, algumas aguardando trâmites burocráticos para serem atendidas.
Fonte: @ CNN Brasil
Comentários sobre este artigo