Em 2023, a ONU apoiou o retorno de 1.661 brasileiros, incluindo Silas Silva, do Maranhão. Aluguéis exorbitantes forçaram a mudança após jornada exaustiva.
Assim como diversos brasileiros, o paulista Carlos Souza, de 28 anos, optou por se mudar para o Brasil em março de 2023. Com formação em Engenharia, Carlos tinha o plano de se estabelecer na Europa para enviar recursos ao Brasil, contando com a alta do euro. Seu intuito era auxiliar seus pais e quitar as parcelas de um imóvel na planta que havia adquirido no Rio de Janeiro.
Em busca de novas oportunidades no país, Carlos decidiu arriscar e embarcar em uma jornada rumo ao Brasil. Com determinação e coragem, ele estava determinado a alcançar seus objetivos e contribuir para o desenvolvimento de sua família e de sua comunidade.
Desafios de Silas Silva ao Retornar ao Brasil
Após alguns meses em Portugal, Silas Silva decidiu retornar ao Brasil endividado. Ele se deparou com a falta de moradia, aluguéis exorbitantes e pedidos de caução que não podia pagar. ‘Meu sonho virou um pesadelo’, desabafa Silas. Morar em um albergue foi uma solução temporária, mas logo ele se viu quase sem recursos financeiros.
Silas trabalhou como supervisor em uma loja na cidade de Portimão, no sul de Portugal, enfrentando uma jornada exaustiva sem folgas nos finais de semana. Seu salário de 850 euros não era suficiente para se manter no país e honrar os pagamentos no Brasil. ‘Eu estava desesperado, me alimentando de sopa no centro de acolhimento e com contas para pagar no Brasil’, relembra.
Após oito meses, Silas deixou Portugal e hoje trabalha como fotógrafo em São Paulo. Ele não guarda mágoas, mas não deseja voltar a morar na Europa. Seu retorno ao Brasil foi pelo programa Retorno Voluntário, que auxilia imigrantes que desejam voltar para seu país de origem, independentemente da situação em que se encontram no exterior.
Lucas Ferreira: Uma História de Superação
Em Guararapes, no interior de São Paulo, Lucas Ferreira, de 37 anos, também recorreu ao programa de retorno da OIM após viver quatro anos em Portugal. Lucas trabalhava como barbeiro na vila da Moita, na área metropolitana de Lisboa, mas enfrentou condições desfavoráveis de trabalho, incluindo longas horas sem folga aos domingos e feriados, e baixa remuneração.
Durante a pandemia, a barbearia onde trabalhava fechou, deixando-o sem dinheiro. Lucas precisou pedir ajuda para se alimentar e enfrentou dificuldades que nunca havia experimentado no Brasil. Em março de 2022, ele retornou ao Brasil e hoje possui seu próprio negócio. Além das passagens e documentação, recebeu apoio financeiro da OIM para recomeçar sua vida no país.
Essas histórias destacam os desafios enfrentados por brasileiros que buscam oportunidades no exterior e a importância de programas de retorno voluntário para auxiliar aqueles que desejam voltar ao Brasil.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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