Startup suíça testa ACI-24.060 e ACI-35.030 contra progressão da doença de Alzheimer em ensaio clínico global desde 2021.
Em maio, uma notícia trouxe otimismo para pessoas afetadas pelo Alzheimer: uma nova imunoterapia foi desenvolvida para ajudar a retardar a progressão da doença. Essa abordagem não se trata de uma vacina, mas atua de maneira similar a um imunizante, estimulando as células do sistema imunológico a combater os efeitos do Alzheimer.
A imunoterapia oferece uma nova perspectiva no tratamento da doença de Alzheimer, trazendo esperança para pacientes e profissionais da saúde. A busca por soluções inovadoras para combater os desafios causados pelo Alzheimer é fundamental para melhorar a qualidade de vida dos indivíduos afetados.
AC Immune: Novas Perspectivas na Luta Contra o Alzheimer
Em diversos testes clínicos realizados ao redor do mundo, a doença de Alzheimer é um dos principais alvos de estudo. O Brasil desponta como uma das nações cogitadas para participar desses ensaios, conforme mencionado por Andrea Pfeifer, co-fundadora e presidente da AC Immune, em entrevista à Folha de S.Paulo. A empresa suíça de biotecnologia tem conduzido testes clínicos com o ACI-24.060 (anti beta-amiloide) desde 2022 e com o ACI-35.030 (anti proteína Tau) desde o ano anterior. Ambas terapias visam retardar a progressão da doença de Alzheimer em estágios iniciais, incluindo adultos com síndrome de Down.
Andrea Pfeifer, com vasta experiência na área, destaca que o Brasil é considerado para a terceira fase do ensaio clínico com o ACI-24.060. Esta etapa é crucial, pois marca a transição para um ensaio clínico global, previsto para ocorrer em 2026 ou até mesmo antes, dependendo dos desdobramentos deste ano. Com a abrangência mundial do estudo, centenas de países estarão envolvidos, refletindo a importância e alcance da pesquisa.
A vacina desenvolvida pela AC Immune é descrita como uma injeção intramuscular de baixo volume, de fácil administração e custo acessível. Até o momento, não foram relatados efeitos colaterais significativos, o que ressalta a segurança do tratamento. A ausência de inflamações, edemas ou hemorragias nos ensaios clínicos é um diferencial importante.
O Brasil, com uma população significativa de indivíduos afetados pela doença de Alzheimer, representa um cenário de extrema necessidade médica. Além disso, o país possui centros de pesquisa clínica renomados, o que pode contribuir para a conclusão bem-sucedida dos testes, conforme destacado pela Abraz.
Estima-se que globalmente haja cerca de 35,6 milhões de pessoas com a doença de Alzheimer, sendo quase 1 milhão somente no Brasil, a maioria sem diagnóstico. Os resultados preliminares dos testes com a vacina demonstraram a produção de anticorpos contra a proteína beta-amiloide, responsável pelo avanço da doença no cérebro dos pacientes.
A AC Immune planeja divulgar os resultados dos primeiros seis meses de testes em agosto, com expectativa de dados mais significativos após um ano de acompanhamento. A diretora enfatiza que a interrupção ou tratamento eficaz da proteína beta-amiloide pode ser crucial para conter os efeitos degenerativos da doença.
Recentemente, a farmacêutica Takeda firmou um acordo de investimento de US$ 2,2 bilhões com a AC Immune para apoiar o desenvolvimento do imunizante ACI-24.060. A parceria reflete o interesse crescente na imunoterapia ativa, abrindo novas perspectivas no combate ao Alzheimer e reforçando a importância dos avanços científicos nessa área.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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