Rede social usa servidor intermediário para burlar bloqueio de provedores de internet e fica disponível para alguns brasileiros após suspensão por Alexandre de Moraes, do STF.
O bloqueio imposto ao X no Brasil foi temporariamente suspenso após uma mudança estrutural, permitindo que o serviço voltasse a funcionar no país. De acordo com a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), essa alteração foi suficiente para contornar a restrição anterior.
A interdição inicial foi resultado de uma ordem judicial, mas a mudança na estrutura do X permitiu que o serviço fosse reativado. A decisão foi comemorada por muitos usuários que estavam ansiosos para voltar a utilizar o serviço. A liberdade de acesso à informação é fundamental e a suspensão do bloqueio é um passo importante nesse sentido.
Bloqueio da Rede Social: Desafios e Consequências
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a Suspensão da rede social em 30 de agosto após a empresa não cumprir o prazo para indicar um representante legal no país. A Associação Brasileira de Infraestrutura de Serviços de Internet (Abrint) afirma que o X passou a usar endereços de IP vinculados ao serviço de servidores Cloudflare, e não mais à uma infraestrutura própria. Isso torna mais difícil para as operadoras de internet cumprirem a ordem de impedir o acesso à rede social no país.
A Abrint explica que o novo sistema utilizado pelo X, o Cloudflare, faz uso de IPs dinâmicos que mudam constantemente, tornando impossível bloquear um IP sem afetar outros serviços. ‘Diferente do sistema anterior, que usava IPs específicos e passíveis de Bloqueio, o novo sistema [Cloudflare] faz uso de IPs dinâmicos que mudam constantemente’, diz a Abrint. ‘Muitos desses IPs são compartilhados com outros serviços legítimos, como bancos e grandes plataformas de internet, tornando impossível bloquear um IP sem afetar outros serviços.’
Restrição e Interdição: O Papel da Cloudflare
A Cloudflare é um serviço de proxy reverso, que funciona como um intermediário entre o servidor de um site e o usuário. Ele serve para oferecer mais segurança e melhorar performance para o site. ‘Um proxy reverso reside na frente de um servidor de origem e garante que nenhum cliente jamais se comunique diretamente com esse servidor de origem’, diz a Cloudflare, em sua página. Segundo a Abrint, o uso do serviço da Cloudflare permite que o X tenha mais resistência contra o Bloqueio, já que seus IPs não são fixos e são compartilhados por vários serviços.
Para a entidade, bloquear a Cloudflare ‘significaria bloquear não apenas o X, mas também uma série de outros serviços que dependem dessa infraestrutura, o que poderia afetar negativamente a internet como um todo’. A Abrint afirma que as operadoras estão em uma posição delicada e aguardam o posicionamento da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para entender quais medidas devem ser tomadas. ‘Os provedores não podem tomar ações por conta própria sem uma orientação oficial da Anatel, pois um Bloqueio equivocado poderia afetar empresas legítimas’, diz a associação.
Suspensão e Restrição: O Futuro da Rede Social
Procurada pelo g1, a Anatel afirmou que ‘mantém a fiscalização a respeito da ordem de Bloqueio‘ e que ‘o resultado desse acompanhamento é reportado diretamente ao STF’. A Abrint continua a monitorar a situação e aguarda o posicionamento da Anatel para entender quais medidas devem ser tomadas. Enquanto isso, a rede social continua a operar no país, apesar da ordem de Bloqueio. A situação é delicada e pode ter consequências significativas para a internet no Brasil.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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