Decisão era um consenso entre analistas sobre taxa de desemprego, mercado de trabalho, déficit fiscal, guerra tarifária e ritmo de corte da inflação.
Em um mercado global cada vez mais inconstante, os juros seguem sendo um dos principais fatores de estabilidade financeira. Apesar de sua importância, muitos investidores ainda não estão cientes das implicações de uma taxa de juros elevada no seu portfólio. Nesta perspectiva, a redução dos juros pelos órgãos de regulação financeira ou pelo próprio banco central pode ser um mote para novos investimentos que podem gerar mais previsibilidade e, consequentemente, mais rentabilidade.
Recentemente, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do banco central americano (Federal Reserve, o Fed) decidiu cortar os juros em 0,25 ponto percentual, algo que foi amplamente esperado pelo mercado. Com essa medida, a taxa de juros passou a viver na faixa de 4,5% a 4,75% ao ano. Esse ajuste tem o objetivo de reduzir a pressão inflacionária no país, e como conseqüência, pode ajudar a valorizar o dólar americano. Além disso, isso pode impulsionar a demanda por ativos de renda fixa, como cortes de juros de títulos de dívida pública, considerados mais seguros do que ações em um mercado caótico.
Análise da Decisão do Fed sobre Juros
Na última reunião, a autoridade monetária americana, o Fed, optou por um corte de juros mais contido do que o esperado, apesar de 98,7% das apostas estarem em um corte de 0,25 ponto percentual. Esse movimento representa uma desaceleração do ritmo de corte em comparação à reunião anterior, quando o Fed iniciou o ciclo de corte com uma diminuição de 0,50 ponto percentual.
Com a inflação em direção ao objetivo de 2% do Comitê, mas ainda um tanto elevada, a perspectiva econômica incerta e um mercado de trabalho em desaceleração, o Fed reverteu as expectativas de manter o ritmo de diminuição das taxas. O cenário atual diminui a urgência de cortes maiores, exigindo maior cautela por parte da autoridade monetária. Além disso, a eleição do republicano Donald Trump pode aumentar a cautela do Fed daqui para a frente, pois sua política é vista como potencialmente inflacionária.
O banco suíço Julius Bäer já está esperando que o Fed proceda com cautela após a reunião de hoje, pulando a próxima reunião em dezembro e prosseguindo com mais dois cortes nas taxas em janeiro e fevereiro de 2025. A taxa, na visão do banco, terminará 2025 no intervalo entre 4% a 4,25%.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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