Acórdão final do STF sobre extinção da punibilidade na ADI 7.032, com interpretação menos benéfica às Defensorias Públicas, publicado sexta-feira.
A interpretação final do Supremo Tribunal Federal sobre a viabilidade de extinguir a punibilidade de um indivíduo condenado que não possui recursos para quitar a pena de multa pode gerar impactos significativos na legislação existente.
Em casos extremos, a impossibilidade de pagamento da pena de multa pode resultar na aplicação de uma multa penitenciária, o que levanta questionamentos sobre a eficácia deste tipo de sanção.
Discussão sobre interpretação menos benéfica da pena de multa
A questão da pena de multa e sua relação com a extinção da punibilidade tem gerado debates acalorados nos tribunais superiores, especialmente após o julgamento da ADI 7.032. O acórdão publicado na sexta-feira (12/4) levantou preocupações entre os membros das Defensorias Públicas brasileiras, que viram no voto do ministro Flávio Dino uma possibilidade de interpretação menos benéfica do que a tese fixada pelo STJ.
Decisões do STF e STJ sobre a multa penitenciária
Enquanto o Superior Tribunal de Justiça adotou uma posição mais flexível, permitindo a extinção da punibilidade mesmo sem o pagamento da pena de multa com a mera declaração de pobreza do condenado, o Supremo Tribunal Federal estabeleceu critérios mais rígidos. O STF concluiu que o não pagamento da multa impede a extinção da punibilidade, a menos que seja comprovada impossibilidade, mesmo que de forma parcelada.
Impacto para os condenados assistidos pelas Defensorias Públicas
Essa diferença de interpretação pode ter um impacto significativo para os condenados assistidos pelas Defensorias Públicas, uma vez que a posição do STF abre a possibilidade de que se imponha a eles a obrigação de provar a inexistência de recursos para o pagamento da multa. Por outro lado, a decisão do STJ adota uma presunção de pobreza que facilita a extinção da punibilidade.
As diferentes teses de STF e STJ sobre a pena de multa
Ao comparar as teses dos tribunais, vemos que o STJ permite a extinção da punibilidade mesmo sem o pagamento da multa, desde que haja alegada hipossuficiência do condenado. Já o STF estabeleceu que o inadimplemento da multa obsta o reconhecimento da extinção da punibilidade, salvo em casos de comprovada impossibilidade de pagamento.
Posicionamento do ministro Cristiano Zanin
Diante desse cenário, o ministro Cristiano Zanin propôs ao STF uma interpretação mais alinhada com o posicionamento do STJ sobre o tema. Sua atuação visa garantir uma abordagem que leve em consideração a situação dos condenados e a dificuldade que muitos enfrentam para arcar com as penalidades impostas.
Considerações finais sobre a interpretação da pena de multa
Em última análise, a questão da interpretação da pena de multa e sua relação com a extinção da punibilidade envolve uma análise cuidadosa dos princípios de justiça e equidade. Encontrar um equilíbrio entre a necessidade de aplicar as penalidades previstas em lei e a realidade dos condenados é fundamental para garantir um sistema penal mais justo e eficaz.
Fonte: © Conjur
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