Três empresas geridas por produtoras de arte femininas, situadas no extremo leste e sul, fomentam o movimento feminino de arte feminina e arte feminista, promovendo expressão e mercado de produção.
Na arte feminina, a falta de transparência e a ausência de valores justos são pontos de tensão para as produtoras, como Pankill, que busca se superar nesse contexto.
Com a necessidade de recursos financeiros e receio de formalização, as produtoras se veem em uma situação de exploração. ‘O desconhecimento da burocracia pode levar a erros e despesas desnecessárias’, diz Pankill, que agora também é produtora. O movimento feminino reforça a importância da igualdade de gênero na arte feminina e é crucial para a igualdade de oportunidades para as produtoras. Novos valores e priorização dos artistas devem ser considerados em todo o processo, para que a arte feminina seja respeitada e valorizada.
Arte Feminina na Periferia de São Paulo: Um Movimento de Empoderamento
Sob a direção de Amanda Pankill e Mimura Rodriguez, da Seiva Cultural, sete grafiteiras selecionadas para o Museu de Arte de Rua (MAR), da Prefeitura de São Paulo, estão produzindo obras que quebram o ciclo de exploração da arte urbana por empresas geridas por homens e mulheres que dominam o mercado de produção artístico-cultural em São Paulo. Trata-se de um movimento de empoderamento das mulheres, destacando a importância da arte feminina na periferia da cidade.
Produtoras de Arte Urbana: A Luta Pela Justiça
Amanda Pankill, grafiteira da Penha, zona leste de São Paulo, e Mimura, nascida no Jabaquara e moradora em Guarulhos, estão atuando como produtoras de outras sete mulheres que pintam enormes painéis de grafite em regiões periféricas da capital, como Jardim São Luiz e São Matheus. ‘A gente começou a se mobilizar e se produzir. Neste projeto, partimos da premissa de que a artista tem que ganhar o maior cachê’, diz Pankill.
Baixas Remunerações e Exploração
Pankill explica que as produtoras de arte urbana em São Paulo se sentem exploradas, principalmente pelo mercado das grandes produtoras, agências, pessoal de publicidade e marketing. ‘Ganham muita grana em projetos nos quais, na verdade, o protagonismo deveria ser do artista, muitas vezes pela falta de entendimento dos próprios artistas’, afirma.
Exemplos de exploração podem ser observados em projetos como o que envolveu uma grande produtora que exigiu que a artista comprasse tinta do fornecedor dela e era o dobro do valor. Em outra ocasião, a equipe estava fazendo um trabalho para uma das maiores marcas de roupa do mundo e não tinha uma barraca, uma sombra, o sol estava escaldante. ‘Cortam gastos para aumentar o ganho da produtora, não respeitam o artista’, critica Pankill.
Desigualdade nos Editais Públicos
Pankill também afirma que na maioria dos editais públicos, as produtoras enxergam uma mina de ouro, ganhando dinheiro fácil, enquanto os artistas não têm recursos para começar projetos e ficam reféns dessas produtoras. ‘Geralmente são de origem privilegiada, tiveram o insight ou o dinheiro para começar com uma boa qualidade de vida’, diz, referindo-se ao perfil dos atravessadores.
Uma Alternativa para a Arte Urbana
O projeto de mulheres, liderado por Amanda Pankill e Mimura, visa criar uma alternativa para a arte urbana, onde as artistas tenham maior protagonismo e controle sobre suas obras. ‘Serão oito painéis de grafite feitos nas periferias de São Paulo no projeto só de mulheres’, destaca a grafiteira. Este é um passo importante para quebrar o ciclo de exploração da arte urbana e promover a arte feminina como uma força transformadora.
Fonte: @ Terra
Comentários sobre este artigo