UBES critica texto aprovado pelo Congresso, mas secretários de educação veem alívio nas mudanças. Entenda: itinerários formativos dividem estudantes em anos obrigatórios, exceto disciplinas que pertencem.
A aprovação na Câmara da versão final do novo ensino médio gerou opiniões divergentes entre as entidades ligadas à Educação. Alunos expressam descontentamento com o conteúdo aprovado e planejam ações para impedir a validação do projeto, ao passo que outras organizações comemoram o que veem como um avanço significativo na proposta de ensino médio.
Em meio às discussões sobre o ensino médio, a questão do ensino secundário também ganha destaque. É fundamental considerar as diferentes perspectivas e necessidades dos estudantes ao debater as mudanças no sistema educacional. A diversidade de opiniões reflete a complexidade do tema e a importância de um diálogo aberto e inclusivo sobre o futuro do ensino médio e do ensino secundário.
Reformulação do Ensino Médio: Mudanças e Críticas
O novo texto, que redefine o ensino médio, trouxe como uma das principais alterações a distribuição de carga horária: 2.400 horas para disciplinas obrigatórias e 600 horas para disciplinas optativas. Entre as disciplinas obrigatórias em todos os anos, destacam-se português, inglês, artes, educação física, matemática, ciências da natureza (biologia, física, química) e ciências humanas (filosofia, geografia, história, sociologia). O espanhol, por sua vez, tornou-se facultativo.
Os itinerários formativos, parte essencial do novo modelo, devem estar inseridos em uma das quatro áreas: linguagens e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias, ciências da natureza e suas tecnologias ou ciências humanas e sociais aplicadas. Cada escola deve oferecer no mínimo dois itinerários, com exceção daquelas que oferecem ensino técnico. Este último conta com 2.100 horas de disciplinas obrigatórias, sendo 300 horas destinadas a conteúdos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) relacionados à formação técnica, enquanto as outras 900 horas são exclusivas para o ensino do curso.
A formação geral básica é ofertada presencialmente, com a possibilidade de ensino mediado por tecnologia em situações excepcionais. As mudanças têm sido alvo de críticas e elogios por parte de entidades ligadas à educação. A ONG Todos Pela Educação enxerga a aprovação do texto como uma vitória, destacando melhorias em relação à versão anterior. Por outro lado, a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) critica pontos como a exclusão do ensino médio noturno e a definição do espanhol como disciplina obrigatória.
A UBES considera o texto aprovado uma derrota parcial e estuda formas de obter um veto do projeto. Hugo Silva, presidente da entidade, expressa preocupação com a falta de representatividade dos estudantes nas decisões. Ele destaca a importância de manter o diálogo com o Ministério da Educação (MEC) para garantir que as demandas estudantis sejam atendidas.
Por outro lado, Vitor de Angelo, presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), recebe com satisfação a versão final do PL. Ele reconhece que os estados precisarão de tempo para se adaptar, mas acredita que as mudanças são viáveis. Vitor destaca a importância de estabelecer um núcleo comum para os itinerários formativos, visando a aplicação do novo Enem em 2027. A busca por um consenso entre as partes envolvidas segue como um desafio a ser superado.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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