Indicada para maiores de 15 anos, a vacinação quadrivalente é essencial para imunocomprometidos.
Indivíduos que adotam a profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV, com idades entre 15 e 45 anos, agora fazem parte do grupo elegível para receber a vacinação contra o HPV no Brasil. Essa atualização foi divulgada em comunicado técnico emitido nesta quarta-feira (3) pelo Ministério da Saúde. De acordo com as diretrizes, esse público deve ser imunizado com a vacina quadrivalente (HPV4), que oferece proteção contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do vírus.
A inclusão dos usuários da PrEP ao HIV na campanha de vacinação contra o HPV reforça a importância da prevenção de infecções, incluindo aquelas causadas pelo Papilomavírus humano. A medida visa ampliar a proteção da população em idade produtiva contra os riscos associados a esses vírus, promovendo a saúde e o bem-estar de forma abrangente e eficaz.
HPV: Estratégia de Vacinação e Ampliação do Público-Alvo
Nesse cenário, o esquema recomendado para imunização contra o HPV consiste em três doses, com intervalos de dois meses após a primeira aplicação e de quatro meses após a segunda dose. Indivíduos que fazem uso de PrEP e completaram o esquema vacinal contra o Papilomavírus humano não necessitam de revacinação. Por outro lado, aqueles que já receberam doses da vacina contra o HPV, mas não finalizaram o esquema, devem completar as três doses para garantir a eficácia da imunização.
Para receber a vacinação, basta dirigir-se a uma sala de vacinação pertencente à rede pública e apresentar algum tipo de documentação que comprove o uso de PrEP, como formulário de prescrição da vacina, prescrição da PrEP, cartão de acompanhamento ou o próprio medicamento.
Quanto aos grupos elegíveis para a vacinação contra o HPV, incluem-se: crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, com esquema de dose única; indivíduos imunocomprometidos de 9 a 45 anos, como pessoas vivendo com HIV e Aids, pacientes oncológicos e transplantados, com esquema de três doses; e pessoas de 15 a 45 anos que foram vítimas de violência sexual, com esquema de duas doses para aqueles de 9 a 14 anos (com intervalo de seis meses entre elas) e de três doses para os de 15 a 45 anos (com intervalos de dois meses após a primeira e de quatro meses após a segunda dose).
O Ministério da Saúde ressaltou que a disponibilização da vacina HPV4 para usuários de PrEP pode contribuir significativamente para a prevenção de neoplasias associadas ao HPV, especialmente o câncer anal, em populações que apresentam maior vulnerabilidade a essas condições.
Estudos realizados na França evidenciaram uma alta prevalência de HPV em indivíduos que utilizam PrEP. A oferta da vacina HPV aos usuários de PrEP amplia as possibilidades de prevenção e tratamento das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) tanto em nível individual quanto coletivo.
A ampliação do público-alvo para a vacinação, incluindo os usuários de PrEP, sem prejudicar a população inicialmente contemplada pela vacinação, é crucial para a prevenção dos diversos tipos de câncer causados pelo HPV, conforme destacado no documento oficial.
A PrEP, que consiste na administração preventiva de medicamentos antirretrovirais para preparar o organismo contra possíveis exposições ao vírus HIV, foi incorporada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no final de 2017.
No Brasil, a PrEP é recomendada para indivíduos a partir de 15 anos, com peso corporal igual ou superior a 35 quilos, que sejam sexualmente ativos e apresentem risco elevado de infecção pelo HIV. Entre as ‘populações-chave’ para a PrEP estão os gays e homens que fazem sexo com homens (HSH), profissionais do sexo, pessoas privadas de liberdade, pessoas trans e usuários de substâncias psicoativas.
Além disso, são considerados ‘população prioritária’ para a PrEP os negros, adolescentes, jovens, indígenas e pessoas em situação de rua. A prescrição da PrEP no serviço público pode ser realizada por enfermeiros, farmacêuticos e médicos.
Fonte: @ Agencia Brasil
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