Saldo de dia: Inflação, dólar e Selic em altos patamares impedem boa performance da bolsa brasileira, apesar de notícias animadoras no exterior. Piora, visão desfavorável, desestímulo a crédito, menor consumo, dificuldades de crescimento, políticas monetárias restritivas, deterioração na trajetória inflacionária.
Não há ambiente favorável para investir em ativos de risco, como ações de empresas, quando se prevê que a economia possa enfrentar dificuldades em breve, enfrentando um prolongado período de juros elevados. A consequência desse cenário é a desaceleração do crédito, agravamento do endividamento, redução do consumo e obstáculos ao crescimento econômico e empresarial. Portanto, é importante estar atento aos movimentos do mercado de juros.
Em meio a essa perspectiva, é fundamental considerar as taxas de juros básicas, como a Selic, que influenciam diretamente os juros praticados no mercado. A compreensão dessas taxas é essencial para tomar decisões financeiras mais assertivas e minimizar os impactos negativos dos altos juros. É crucial acompanhar de perto as mudanças nas taxas de juros para se adaptar rapidamente às condições do mercado.
Impacto das taxas de juros na economia brasileira
Prevaleceu a cautela em relação à manutenção dos juros altos, que são essenciais para o funcionamento da economia. Deixar os juros elevados é como retirar o óleo de uma engrenagem, impedindo que ela rode suavemente. Nesta segunda-feira, 20, o Boletim Focus do Banco Central destacou um cenário mais propenso a uma elevação da inflação, das taxas básicas de juros, da Selic e do dólar.
As projeções indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) terá um crescimento menor do que o esperado, o que reflete uma piora na visão dos economistas. Essa perspectiva desfavorável levou a um aumento das taxas de juros, desestimulando os investimentos na bolsa brasileira. Mesmo com notícias relativamente positivas no exterior, a bolsa nacional não conseguiu manter uma tendência de alta.
O mercado financeiro reagiu negativamente, com a expectativa de cortes nas taxas de juros nos Estados Unidos e estímulos no mercado imobiliário chinês não sendo suficientes para impulsionar os investimentos locais. A incerteza prevaleceu, resultando em uma queda de 0,31% no Ibovespa, que ainda mantém um desempenho positivo no mês, mas acumula uma queda de 4,77% desde o início de 2024.
A semana promete ser decisiva, com a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve dos EUA, que poderá indicar futuros cortes nas taxas de juros e as principais preocupações da autoridade monetária. O mercado aguarda ansiosamente por essas informações, que podem influenciar as decisões de investimento.
No Brasil, as projeções de juros futuros apontam para um cenário de aumento, refletindo a piora nas expectativas da Selic e da inflação, conforme indicado pelo Boletim Focus. Com a perspectiva de alta do IPCA em 2024 e 2025, espera-se um aumento na Selic até 2027, atingindo 9% ao ano. Isso sinaliza a necessidade de uma política monetária restritiva por mais tempo, devido à deterioração na trajetória inflacionária.
Jaqueline Kist, especialista em mercado de capitais, destaca que as projeções apontam para uma inflação implícita em torno de 6% ao ano a partir de 2027, o dobro da meta estabelecida pelo Banco Central. Os prêmios em contratos de curto prazo estão diretamente ligados às expectativas dos investidores em relação à Selic.
As taxas de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 permaneceram estáveis em 10,37%, enquanto as de janeiro de 2034 subiram de 11,76% para 11,78%, indicando uma maior desconfiança em relação à capacidade do governo de manter as contas fiscais em ordem. A incerteza sobre o cenário econômico futuro gera preocupações e dificuldades para o crescimento, destacando a importância de uma política monetária consistente e eficaz.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo