A internacionalização da empresa engloba EUA e Canadá com monitoramento remoto, big data do campo, software as a service, receitas recorrentes e crédito rural.
Adiantando-se em sua estratégia de expansão global, a Agrotools, empresa brasileira especializada em soluções para o agronegócio, está buscando novos mercados fora do país.
Com foco em inovação e tecnologia, a empresa está se consolidando como uma das principais agtechs do mercado, promovendo o desenvolvimento sustentável e a eficiência no campo. Além disso, a Agrotools tem se destacado pelo seu compromisso com a qualidade e precisão dos dados agrícolas, contribuindo para a modernização do setor.
Expansão internacional da Agrotools
A agtech acaba de fechar um contrato com o banco equatoriano Pichincha, uma das principais instituições financeiras voltadas ao agronegócio do país, com atuação também no Peru. A Agrotools já tem clientes em Paraguai, Argentina, Austrália e Colômbia, e o projeto para ampliar a presença internacional inclui sondagens dos mercados americano e canadense.
Monitoramento remoto e big data do campo
No Brasil, a Agrotools já tem entre seus clientes pelo menos 14 instituições financeiras. A Agrotools faz o monitoramento remoto de áreas rurais, tanto no Brasil quanto no exterior, e também a gestão dos dados coletados – uma espécie de ‘big data do campo’.
Inovação e modelo de negócio da Agrotools
A agtech foi uma das primeiras a desenvolver um sistema para monitorar a origem dos animais abatidos por grandes frigoríficos como JBS (JBSS3), Minerva (BEEF3) e Marfrig (MRFG3). ‘Os americanos e os europeus sempre estiveram tão protegidos pelos subsídios que, atualmente, existe uma janela de oportunidade única que se abre para nós’, disse Sérgio Rocha, CEO e fundador da Agrotools, ao IM Business. Segundo o executivo, a empresa passou os últimos anos se preparando para acelerar seu processo de internacionalização.
Expansão e receitas recorrentes
Uma das principais ações foi organizar a governança da companhia após a rodada de captação de 2022, quando levantou R$ 85 milhões para financiar sua expansão. Após a captação, a empresa passou a contar, entre seus investidores, com nomes de peso do mercado de capitais e do empresariado nacional, como o venture capital KPTL, o Inovabra (private equity do Bradesco), Horácio Lafer Piva (Klabin), Paulo Haegler (Toledo Balanças), Pedro Paulo Campos (ex-Pátria e JP Morgan), Ronaldo Galvani (Galvani Fertilizantes) e Fátima Marques (ex-Korn Ferry). Os novos sócios ajudaram a empresa a estruturar um modelo comercial baseado em ‘software as a service‘ (SaaS) e sair de 90 funcionários para os atuais 250.
Crescimento e desafios para a Agrotools
Hoje, a empresa atende mais de 100 empresas e possui pouco mais de 150 contratos ativos. Esses contratos geraram em 2023 um Lifetime Value (LTV) de R$ 340 milhões para a Agrotools. Esse saldo de receitas recorrentes representou um crescimento de 30% em relação ao desempenho de 2022. Em grande medida, a decisão da Agrotools de se ‘reinventar’ se deve também à chegada de concorrentes de peso, como a Serasa Experian, e também de novos entrantes como a Traive.
Competição e crédito rural
Para alguns ex-funcionários, a Agrotools começava a se acomodar por estar sozinha em seu mercado durante muito tempo. Cada uma dessas empresas tem seu modelo de negócio, mas a base de serviço de todas elas é o monitoramento de áreas produtivas do agronegócio e gestão dos dados coletados. No ano passado, por exemplo, a Serasa adquiriu a Agrosatélite e incorporou ao seu sistema um banco de dados com dez anos de performance mapeada das principais culturas do Brasil. Em fevereiro deste ano, a Traive anunciou a captação de US$ 20 milhões com investidores, entre eles o Banco do Brasil, para financiar sua próxima onda de crescimento.
Fonte: @ Info Money
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