Pesquisa na Nature mostra fêmeas do Aedes aegypti se agregando em grupos para escolher espaço e quantidade ideal de ovos, aumentando chances de reprodução.
Um estudo recente divulgado na revista Science Advances revelou que as fêmeas do Aedes aegypti, conhecido por transmitir diversas doenças como dengue, zika e chikungunya, têm uma estratégia de reprodução em grupo para garantir a sobrevivência da espécie. Nesse sentido, a pesquisa demonstrou que a união desses mosquitos para escolher onde depositar os ovos é uma estratégia evolutiva eficaz.
Além disso, a pesquisa destacou que a liderança na escolha dos locais de ovoposição dentro do grupo é um comportamento frequente entre as fêmeas do gênero Aedes, incluindo o Aedes aegypti. Esse tipo de interação social entre os mosquitos é essencial para garantir a perpetuação da espécie, mostrando como a cooperação pode ser fundamental na natureza.
Descobertas sobre a comunicação olfativa do Aedes aegypti
Por meio de testes, os pesquisadores identificaram que os mosquitos Aedes utilizam comunicação olfativa para identificar áreas com maior densidade de outros indivíduos da mesma espécie. Esse mecanismo permite que os insetos evitem locais mais densamente povoados, onde a competição por recursos é maior. As descobertas dos experimentos têm o potencial de contribuir para o desenvolvimento de estratégias de controle populacional do Aedes aegypti, conforme apontado no estudo realizado por pesquisadores da Universidade Internacional da Flórida (EUA).
O controle da densidade de ovos pelo Aedes aegypti
Os pesquisadores observaram que o Aedes aegypti regula a quantidade de ovos depositados em um determinado local com base na presença de outras fêmeas. Em experimentos, foi constatado que o Aedes aegypti tende a se agrupar quando há até 30 fêmeas presentes, enquanto em situações com 60 ou 90 mosquitos, houve maior dispersão entre os indivíduos.
Impacto da quantidade excessiva de ovos nos criadouros
De acordo com as conclusões do estudo, a presença de uma quantidade excessiva de ovos no ambiente de reprodução dos mosquitos aumenta a competição entre as larvas, o que prejudica a proliferação da espécie. Além disso, os pesquisadores constataram que o gás carbônico desempenha um papel significativo, atuando como um repelente durante a oviposição. O Aedes aegypti possui sensores sensíveis às alterações de CO2, o que influencia sua escolha de locais para depositar ovos.
Situação de epidemia de dengue no Brasil
Nas primeiras semanas de 2024, o Brasil enfrentou um aumento alarmante nos casos de dengue, atingindo a marca de 2 milhões de casos prováveis. O coeficiente de incidência da doença no país foi de 990.3 a cada 100 mil habitantes, ultrapassando o limiar estabelecido pela OMS para caracterizar uma situação de epidemia. Até então, o recorde de casos de dengue no Brasil havia sido registrado em 2015, com 1.688.688 casos prováveis da doença.
Importância das etapas antes de depositar ovos pelo Aedes aegypti
Antes de depositar seus ovos, os mosquitos Aedes aegypti passam por diversas etapas de avaliação da qualidade do ambiente. Utilizando estruturas sensoriais em suas pernas e boca, os mosquitos verificam a presença de larvas, ovos e a qualidade da água. A interação desses fatores influencia o comportamento de agregação dos mosquitos, mesmo em condições em que a análise visual do ambiente é impedida.
Fonte: © TNH1
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