Bruno Castro e Fernando Santana deixaram a defesa de Ronnie Lessa, que busca um acordo de delação premiada para sua homologação. No escritório de advocacia, os advogados se preparam para os próximos passos.
Os advogados Bruno Castro e Fernando Santana se retiraram da defesa do ex-policial militar Ronnie Lessa, após a validação de delação premiada no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes. A decisão foi tomada com base na política do escritório de não representar delatores.
Após a confirmação do acordo de colaboração, os advogados Bruno Castro e Fernando Santana comunicaram que não irão mais representar Ronnie Lessa. Eles reiteraram que sua firma não participa de questões envolvendo colaboração premiada, mantendo seu compromisso com os valores éticos da advocacia.
Advogados mencionam princípio da delação premiada
Nossa resistência à delação é geral e independente do crime, do autor e da vítima. Não agir para delatores é uma questão de princípio, pré-processual, e não tem relação com interesse na resolução do crime’, afirmaram.Castro e Santana representaram Lessa em 12 processos e foram seus advogados por cinco anos.
Eles informaram que, como fazem com outros clientes, avisaram Lessa sobre a ‘aversão ao instituto processual da delação premiada’, deixando claro que o escritório não o representaria caso ele desejasse fazer um acordo de colaboração premiada. ‘A partir de agora não somos mais os advogados de Ronnie Lessa.
Durante os cinco anos em que o representamos, cumprimos com nosso juramento como advogados, mesmo sob perseguições, ameaças e incompreensão sobre nossa atuação como defensores’, ressaltaram os advogados. A delação de Lessa foi homologada nesta terça, 19, pelo ministro Alexandre de Moraes.
Homologação da delação por Alexandre de Moraes
Segundo o gabinete do ministro, foram analisados os requisitos de ‘regularidade, legalidade, adequação dos benefícios pactuados e dos resultados da colaboração à exigência legal’.
O ex-policial militar se encontrou com Moraes na segunda-feira, 18, e o ministro confirmou a ‘voluntariedade da manifestação da vontade’. Em sua delação premiada, Lessa apontou a ligação do deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ) com o crime que completou seis anos na quinta-feira, 14. A menção resultou na transferência do caso do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Chiquinho Brazão nega acusações de Ronnie Lessa
O parlamentar alega ‘falta de credibilidade’ no relato de Lessa. Acusado como executor do crime, Lessa teria envolvido o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE) Domingos Inácio Brazão como o mentor dos assassinatos, conforme o site The Intercept Brasil.
Fonte: © Notícias ao Minuto
Comentários sobre este artigo