O banco considera a alavancagem e exposição ao mercado interno da siderúrgica na avaliação. Ambiente de flexibilidade na primeira véspera de resultados.
O recente aumento na importação de aço determinado pelo governo na terça-feira (23) é visto como vantajoso para a Usiminas, a principal empresa siderúrgica do mercado local, de acordo com o Itaú BBA.
O setor siderúrgico brasileiro pode se beneficiar significativamente com a nova medida de aumento na importação de aço. A Usiminas, principal empresa do ramo, certamente terá um papel importante nesse cenário de mudanças.
Mercado Local Avalia Medidas de Aço: Implicações e Perspectivas
A recente mudança na cobrança de impostos está gerando discussões acaloradas no mercado nacional de aço. Produtores locais agora vislumbram um ambiente de flexibilidade para ajustar os preços, trazendo um novo cenário para o setor siderúrgico. A Usiminas se destaca como uma das empresas mais beneficiadas por essa decisão, graças à sua alavancagem operacional e exposição ao mercado local de aços laminados.
Os resultados divulgados pela Usiminas no primeiro trimestre de 2024 revelam um quadro interessante. A alavancagem financeira da empresa, medida pela dívida líquida/Ebitda ajustado, alcançou -0,22 vez em março de 2024, indicando uma situação excepcional. No entanto, a pressão das importações chinesas ainda representa um desafio significativo para a empresa, assim como para todo o setor de aço brasileiro.
O Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior do Brasil (Gecex) anunciou um aumento no imposto de importação de 11 produtos de aço, elevando a alíquota para 25% e estabelecendo cotas de volume de importação. Essa medida, que entrará em vigor em aproximadamente 30 dias, tem como objetivo conter o impacto das importações no mercado local.
O banco Itaú BBA destaca que a decisão do Gecex afetaria significativamente as importações de chapas de aço no Brasil. Cerca de 54% do volume total importado em 2023 estaria sujeito ao aumento da tarifa de 25%. Além disso, a cota combinada para os produtos já estava quase totalmente preenchida em março de 2024, sinalizando a necessidade de medidas para conter o cenário atual.
As importações chinesas continuam sendo um ponto sensível para a indústria nacional de aço. Em 2023, o volume de importações dos produtos sujeitos ao aumento de imposto superou em 30% as médias dos anos anteriores, segundo o Ministério do Desenvolvimento. Essa enxurrada de importações tem gerado pressão sobre as empresas locais, levando inclusive a medidas como a paralisação de altos-fornos.
As críticas à concorrência chinesa não são recentes. Marco Polo de Mello Lopes, presidente-executivo do Instituto Aço Brasil, já havia alertado para a situação ‘dramática’ do setor. A competição desleal e predatória, somada a margens negativas de venda dos chineses, tem trazido desafios significativos para a indústria nacional.
Diante desse cenário, a redução do prêmio pela paridade de importação de 22% para 8% pode trazer alguma flexibilidade ao mercado. Essa mudança poderia possibilitar ajustes nos preços ou ajudar os produtores a reduzir descontos em um ambiente de demanda interna enfraquecida. O setor siderúrgico no Brasil se prepara para enfrentar os desafios impostos pelo mercado global do aço, buscando se adaptar a um cenário em constante transformação.
Fonte: @ Info Money
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