Gestora de special situations passa de fondos a buscar investimentos institucionais e grandes deals, foca em FIP, capital de risk, logística, marketing, construção civil, agro, intermediação, M&As, inteligência artificial e software-as-a-service (SaaS). Captando recursos por venture capital e gestão de multas, investe em startups.
A Gestora ACE está buscando expandir sua atuação no mercado de venture capital com a criação de um novo fundo. Nesta ocasião, a empresa está apostando todas as suas fichas na estratégia de um Fundo de Investimento em Participações (FIP). A meta é angariar R$ 50 milhões até o final deste ano, buscando fortalecer sua presença no setor financeiro.
Além disso, a Gestora de venture capital também planeja explorar novas oportunidades de investimento com o objetivo de diversificar sua carteira. A holding pretende utilizar o novo fundo como uma alavanca para impulsionar ainda mais seus negócios e ampliar sua atuação no mercado. A expectativa é prospectar novas startups e empreendimentos inovadores para impulsionar o crescimento de seu portfólio.
Gestora de Venture Capital ACE e sua Captação de Recursos em FIP
A ACE, Gestora de venture capital, iniciou a captação de recursos em seu Fundo de Investimento em Participações (FIP) nos últimos meses. O fundo já foi utilizado para realizar sete investimentos em startups, com valores entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões por cheque. A meta é realizar um total de 25 investimentos por meio desse veículo de investimento.
No radar da ACE estão negócios B2B em estágio pré-seed, principalmente em modelos de software-as-a-service (SaaS) em áreas como logística, marketing, construção civil e agro. Entre as empresas investidas estão a Frota 162, especializada na gestão de multas para frotistas, Tarvos, que utiliza inteligência artificial para identificar pragas em lavouras, e Speedio, plataforma de big data para geração de leads B2B.
A estratégia de captação de recursos via FIP é uma novidade para a ACE, que anteriormente operava com fundos de special situation. Desde 2012, a empresa lançou oito veículos de investimento, levantando entre R$ 2 milhões e R$ 10 milhões em cada um. Esses recursos foram direcionados para investimentos em mais de 140 startups. A mudança para o FIP é vista como uma possível oportunidade de fortalecer a confiança dos investidores na ACE.
‘FIP era uma estratégia mais sólida dentro da nossa tese para atrair investidores institucionais’, menciona Pedro Waengertner, cofundador e CEO da ACE, à NeoFeed. Ao ampliar o valor dos aportes, a ACE poderá se dedicar a startups em estágios mais avançados, embora o foco continue sendo em rodadas pré-seed. O objetivo é aumentar o número de saídas bem-sucedidas no futuro.
Até o momento, a ACE realizou 30 desinvestimentos, com destaque para as vendas da Decorati (para a Loft em 2019) e da Melhor Envio (para a Locaweb em 2021). Essa mudança de direção reflete uma tentativa da ACE de voltar às suas origens.
Durante os últimos cinco anos, a ACE acelerou a diversificação de seu negócio. A Holding, originalmente uma aceleradora e uma gestora de venture capital desde 2012, expandiu suas atuações para incluir serviços educacionais, consultoria e, recentemente, se tornou uma boutique de M&As.
A diversificação foi uma estratégia que ajudou a ACE, juntamente com Waengertner e Mike Ajnsztajn, a reduzir a dependência de investimentos em startups. Atualmente, mais da metade da receita da empresa provém de serviços de consultoria de inovação para 180 empresas, incluindo Natura, Unilever e Cimed.
Embora a receita exata da gestora não seja divulgada, estima-se que chegue a cerca de R$ 200 milhões em 2025. E aproximadamente um quarto desse valor será proveniente da frente de intermediação de M&As, lançada em 2021. Até o momento, a ACE já intermediou cinco transações com valores entre R$ 80 milhões e R$ 150 milhões.
Uma das transações recentes envolveu a aquisição da DeÔnibus pela Travelier, uma empresa israelense que agrega diversas plataformas de venda de passagens rodoviárias. A ACE estabeleceu a meta de realizar 30 transações até o final de 2025 por meio de sua boutique de M&As, lançada no ano passado, demonstrando seu compromisso com o crescimento e a diversificação de seus negócios.
Fonte: @ NEO FEED
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