Força Nacional chega ao estado após treinamento armado de traficantes no complexo da Maré.
A Força Nacional no Rio de Janeiro completou um ano em outubro com uma atuação que não atingiu a expectativa gerada no governo estadual, quando o envio das tropas foi anunciado em 2021. É necessário considerar que a Força Nacional foi enviada ao Rio de Janeiro em 2021 para reforçar a segurança pública, mas as ações da Força Nacional não alcançaram os resultados esperados.
Em novembro de 2021, o então-secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Ricardo Saad, declarou que a Força Nacional foi enviada ao estado para “apoio à segurança pública” e para ajudar a “diminuir a violência”. No entanto, os dados da Força Nacional no Rio de Janeiro mostram que a unidade não conseguiu atingir o objetivo de “prevenir crimes e manter a ordem pública”. A Força Nacional é uma unidade que é composta por policiais militares e civis, que trabalham em parceria com a Polícia Militar e a Polícia Civil do Rio de Janeiro para combater crimes como o tráfico de drogas e o roubo. Além disso, a Força Nacional também trabalha em conjunto com os Bombeiros Militares e os Peritos do Instituto de Polícia Científica (IPC) para investigar crimes e prender suspeitos. No entanto, apesar de todos os esforços, a Força Nacional não conseguiu atingir os resultados esperados.
Força Nacional no Rio: 13 meses de operações
A Força Nacional do Brasil foi acionada no estado do Rio de Janeiro em meio a um contexto de violência e tensão social. A chegada da Força Nacional foi motivada por uma série de eventos, incluindo um treinamento armado de traficantes em um complexo da zona norte da capital fluminense, que foi transmitido pela TV Globo. Esse treinamento armado, com estilo militar, ocorria em uma área de recreação. Além disso, três médicos foram mortos em um quiosque da Barra da Tijuca, durante um congresso de medicina, e um deles foi confundido com um miliciano, segundo investigação. O governador do estado, Cláudio Castro (PL), solicitou o auxílio do governo federal, e o ministro da Justiça na época, Flávio Dino, autorizou o envio da Força Nacional.
A Força Nacional é composta por policiais militares, policiais civis, bombeiros e peritos de diferentes estados. Ela faz parte da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública), vinculada ao Ministério da Justiça. A promessa era de troca de informações entre as polícias estadual e federal e ‘asfixia’ ao crime organizado. No entanto, os agentes não atuaram dentro das favelas por não conhecerem as particularidades das comunidades cariocas. O objetivo era patrulhar especialmente rodovias, a fim de apreender armas e drogas, em apoio à PRF (Polícia Rodoviária Federal), e também dar apoio à PF no aeroporto internacional do Rio.
Durante os 13 meses da operação, a Força Nacional apreendeu 10.100 maços de cigarro, abordou 40.955 pessoas e 7.088 motociclistas. Prenderam 12 pessoas em flagrante, fizeram 14 apreensões de munição e apreenderam uma arma de fogo. A apreensão de drogas não alcançou 1 kg. Os dados foram compilados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública após pedido da reportagem via Lei de Acesso à Informação. A presença da Força Nacional no estado foi prorrogada sete vezes, com a mais recente estendendo a operação até março de 2025.
Para o coronel da reserva da Polícia Militar e cientista social Robson Rodrigues, do Laboratório de Análise da Violência da Uerj, as medidas adotadas pelo governo do estado são ‘improvisadas, paliativas e sem impacto nenhum’. Ele afirma que a população sente, grita, e o governo do estado faz sempre o mesmo, pedindo algo que não sabe nem como vai utilizar.
Durante a operação, três mortes de agentes ocorreram. Em 2023, Edmar Felipe Alves, 36, foi morto na porta da casa, onde morava com outros agentes, na zona oeste. Ele era de Alagoas e saiu de casa após ouvir tiros na rua. Um homem que havia acabado de cometer feminicídio, segundo investigação, disparou contra Edmar. No mesmo dia, agentes da Força Nacional entraram por engano na comunidade do Chapadão, em Costa Barros, zona norte, e tiveram as armas roubadas. Em 2024, dois agentes morreram em casos relacionados à doenças, ocorridos em razão do serviço. O ministério não detalhou as circunstâncias.
Ao todo, 596 agentes foram enviados ao Rio de Janeiro para a operação, sendo 365 em 2023 e 231 em 2024. O número não conta os agentes enviados para o Congresso Nacional de Medicina e a zona norte do Rio de Janeiro.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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