Cientistas descobrem incrível habilidade das abelhas-rainhas terrestres em resistir a inundações e sobreviverem submersas por longos períodos.
Um experimento inusitado conduzido por pesquisadores que analisavam o comportamento das abelhas resultou em uma descoberta fascinante: a notável capacidade desses pequenos insetos de resistir debaixo d’água por até uma semana. Uma pesquisa divulgada nesta semana na renomada revista Biological Letters revelou como cientistas da Universidade de Guelph, no Canadá, por acidente, submergiram abelhas-rainhas de espécies comuns no leste da América do Norte em estado de hibernação na água e para surpresa de todos, elas sobreviveram a esse desafio.
O autor do estudo, Nigel Raine, renomado professor da Escola de Ciências Ambientais da instituição, mencionou que o resultado obtido foi inesperado e intrigante. ‘Esses seres vivos são terrestres, não são adaptados para permanecerem debaixo da água por longos períodos de tempo’, comentou. A capacidade adaptativa das abelhas é verdadeiramente surpreendente, desafiando as expectativas e mostrando a incrível resiliência desses pequenos insetos em situações extremas – um verdadeiro fascínio da natureza.
Descoberta surpreendente: Resiliência das abelhas sob a água
A equipe de cientistas realizou um experimento impressionante envolvendo 143 abelhas-rainhas, revelando uma surpreendente habilidade desses organismos terrestres diante da adversidade. As abelhas foram submetidas a períodos de até sete dias sob a água, e para espanto de todos, mantiveram taxas de sobrevivência semelhantes às das abelhas que não passaram por tal experiência, como relatado pela universidade.
A descoberta, sem dúvida, lança novas luzes sobre a resistência das abelhas a situações de inundação. Durante a estação fria, as abelhas-rainhas entram em um estado de hibernação solitária, após o falecimento dos machos e operárias no final do outono, conforme explicado por Raine. Elas buscam abrigos em pequenos buracos, muitas vezes em solo bem drenado, pensados para protegê-las de inundações que poderiam ser fatais para muitos organismos terrestres. No entanto, os resultados deste estudo indicam que as abelhas-rainhas em questão demonstraram uma notável resistência, podendo sobreviver submersas por pelo menos uma semana.
O estudo representa uma significativa contribuição para a compreensão do ciclo de vida desses insetos, ainda repleto de mistérios. Segundo Raine, a diapausa, um estado de suspensão do crescimento e reprodução com redução da ingestão de oxigênio, pode ser uma explicação para a capacidade das abelhas sobreviverem sob a água por longos períodos. Durante esse estado, as abelhas são capazes de fechar suas aberturas respiratórias e até mesmo respirar através da pele, demonstrando um verdadeiro modo de economia de energia.
A pesquisa não apenas evidencia a resiliência impressionante das abelhas-rainhas em situações adversas, mas também abre caminho para futuros estudos. Raine planeja investigar se outras espécies de abelhas possuem uma resiliência similar à submersão, além de explorar a possibilidade de que rainhas hibernantes possam sobreviver por mais de uma semana debaixo d’água. Compreender os mecanismos por trás dessa incrível habilidade é fundamental para garantir a preservação desses importantes polinizadores selvagens, essenciais para a segurança alimentar e a sustentabilidade dos ecossistemas terrestres.
Fonte: © CNN Brasil
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