O governo do primeiro-ministro Michel Barnier tenta aprovar o projeto de Orçamento de 2025 por manobra desesperada, sem passar pela Assembleia Nacional, o que pode levar a um impasse político e agravar a crise fiscal, com o déficit do Orçamento tendo consequências nefastas para a dívida pública e as perspectivas fiscais.
A França mergulhou profundamente em um grande impasse político e econômico, com um movimento desesperado do primeiro-ministro Michel Barnier, que invocou em 2 de dezembro um artigo da Constituição francesa para aprovar o projeto de Orçamento do ano seguinte sem a necessidade de aprovação da Assembleia Nacional. Esse movimento desesperado foi um marco negativo na história da nação francesa, colocando a estabilidade econômica em risco.
Com essa medida, o governo francês buscou evitar uma crise financeira, a qual poderia afetar o país e o mercado europeu de forma mais profunda. A ação foi vista como um movimento de desespero e gerou diversas reações negativas em todo o território do país. A oposição política e grande parte da população francesa se manifestaram contra a medida, alegando que ela violava os princípios democráticos e a autonomia do poder legislativo. O estado de crise econômica e política na França ficou evidente, com a mídia e o público em geral discutindo a situação em todas as esferas sociais e políticas.
Reunião Nacional, o Partido da Extrema-Direita no Centro do Impasse Frances
O governo francês, liderado por Barnier, está prestes a se tornar o mais curto da história, desde 1962, após uma manobra desesperada para forçar a Assembleia Nacional a encontrar um consenso para a crise fiscal do país. Chefe de um governo recém-instalado há apenas dois meses e sem maioria parlamentar, Barnier recorreu a essa radical medida para reduzir o déficit de €60 bilhões e aumentar os impostos, mas a proposta de Orçamento para 2025 enfrenta poucas chances de aprovação. O objetivo é reduzir o déficit, que saltou para 6,1% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, muito acima do limite de gastos estabelecido pela União Europeia, de 3% do PIB.
A França, em Dificuldades Fiscais Semelhantes à Grécia, Espanha e Itália
A França está em piores dificuldades fiscais do que a Grécia, Espanha e Itália, com um déficit do Orçamento que saltou para 6,1% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, muito longe do limite de gastos do governo estabelecido pela União Europeia, de 3% do PIB. A dívida pública explodiu para € 3,2 trilhões, ou mais de 112% do PIB do país. Só em juros da dívida, a conta agora é de pelo menos € 60 bilhões por ano – maior do que o orçamento de Defesa da França para 2024.
Reações do Mercado Financeiro e da Economia
O mercado financeiro reagiu da pior forma possível à manobra de Barnier, com o euro recuando 0,9% ante a cotação do dólar. O índice CAC 40, o mercado de ações de referência da França, caiu 0,5%, enquanto os títulos do Tesouro francês de dez anos subiram para 2,89%. A França está enfrentando um cenário grego, uma referência ao tumulto financeiro que tomou conta da Grécia na década passada.
Concessões e Perspectivas Fiscais Desafiadoras
Antes de invocar o artigo 49.3 da Constituição para aprovar sem votação o Orçamento, Barnier tentou atrair apoio do partido de Le Pen com uma série de concessões. No entanto, Le Pen deixou claro que esses movimentos eram insuficientes e reiterou sua demanda pela indexação total das pensões à inflação, algo que só aumentaria o déficit do Orçamento. As perspectivas fiscais de médio prazo da França continuam desafiadoras, com uma correção significativa de curso improvável até as próximas eleições presidenciais em 2027. O Goldman Sachs rebaixou sua previsão de crescimento do PIB para a França em 2025 para 0,7%, abaixo do consenso de 0,9% e muito abaixo da projeção do governo de 1,1%.
Fonte: @ NEO FEED
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