Fundos multimercados batem recordes de resgastes, seguem com rentabilidade abaixo do CDI, sofrendo desmonte.
Em meio à crise financeira, o mercado de fundos de investimento no Brasil vive um momento de constante mudança. Os fundos multimercados, que tradicionalmente buscam diversificar suas carteiras em diferentes classes de ativos, sofreram uma sangria significativa de recursos entre janeiro e novembro de 2024, com uma retirada total de R$ 324 bilhões, conforme dados da Anbima.
Os gestores de fundos estão atribuindo esse desempenho negativo ao desmonte de fundos exclusivos, que anteriormente ofereciam descontos consideráveis para quem investia por longo prazo. Esses fundos agora passaram a adotar uma política de “come-cotas”, aumentando os custos para os investidores. Além disso, os resgates em massa e as retiradas de investimentos também estão contribuindo para o desempenho contrário dos fundos multimercados. É fundamental que os investidores analisem cuidadosamente suas opções e busquem uma performance mais estável em vez de buscar retiradas a curto prazo.
Desmonte da Indústria de Fundos Multimercados: Uma Crise de Risco-Retorno
A crise dos fundos multimercados é uma realidade, com números alarmantes que mostram o desempenho desastroso da indústria. Um levantamento do BTG Pactual revela que os saques de fundos exclusivos e multimercados ‘puro sangue’ somaram R$ 100 bilhões em 2024, superando os R$ 60 bilhões do ano anterior. Desde 2022, as retiradas desses fundos acumulam R$ 180 bilhões. É como se estivéssemos assistindo a uma verdadeira sangria de recursos, sem fim à vista.
Crise de Confiança: Quando Vai Parar a Deboração?
A questão que se coloca é: quando essa sangria vai parar? E o que explica essa debandada dos investidores rumo a outros ativos? Uma das razões está no desempenho dos multimercados. Um levantamento da Elos Ayta Consultoria mostrou que apenas 34% dos fundos multimercado ficaram acima do CDI no ano de 2023. Em 2024 até novembro, esse número subiu um pouco, para 42% acima do benchmark. Mas, ainda assim, é um número insuficiente para convencer os investidores a permanecerem no mercado.
Resgates: Consequência da Falha na Diversificação
Os resgates são resultados de uma performance ruim, mas acima de tudo porque eles não cumprem o seu papel de diversificação na carteira há três anos. ‘Neste mundo pós-pandemia, os fundos vão bem quando o mercado vai bem. E quando vai mal, em vez de minimizarem as perdas como esperado, perdem até mais’, afirma Eduardo Castro, CIO da Portofino Multi Family Office. É como se os fundos estivessem ineficazes em gerenciar o risco, o que leva os investidores a buscá-los em outros ativos.
Boom e Buraco: O Impacto da Taxa de Juros
A indústria de fundos vivenciou um grande boom entre 2012 e 2019, com o crescimento das plataformas digitais e a democratização dos investimentos. Mas, quando a taxa de juros caiu e chegou a 2% em 2020, os investidores tomaram mais risco. No entanto, à medida que o Brasil voltou à taxa média anual de juros de dois dígitos, o investidor foi saindo do risco. É como se o mercado estivesse perdendo a confiança nos fundos multimercados.
Risco-Retorno: O Desafio da Indústria de Fundos
O que se espera é um retorno de CDI+3% no longo prazo para esse risco. No entanto, um filtro do Itaú Fund of Funds revelou que apenas menos de 10% dos fundos multimercados ‘puro sangue’ conseguiram esse resultado desejado em 2023 e 2024. ‘Sem dúvida estamos vivendo um momento de crise da indústria, que ‘inchou’ muito nos últimos anos. E agora vive-se um processo de seleção de quem realmente está apto para lidar com as adversidades e entregar valor para o cliente’, afirma Rodrigo Giordano, superintendente da área de fund of funds do Itaú. É como se a indústria estivesse passando por um processo de desmonte, com os fundos mais desempenhados sendo selecionados para sobreviver.
Tributação dos Fundos: Um Desafio Adicional
A tributação dos fundos é outro desafio que a indústria enfrenta. Com as mudanças no cenário fiscal, os fundos podem ter mais dificuldade em manter sua rentabilidade. É como se a indústria estivesse enfrentando um novo obstáculo, além da crise de confiança e desempenho.
Fonte: @ NEO FEED
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