Negociações entre 777, Vasco e Crefisa e o político Pedrinho avancam por meses, discutindo valores e realizando due diligência. Ambiente jurídico americano tornou o cenário belicoso e imprevisível. Obrigações contratuais, diligência, SAF, cruz-maltina.
Nos corredores do Vasco, especulava-se que o clã político de Joãozinho se preparava para reconquistar o controle sobre o esporte em breve. Era evidente que não aguardariam até novembro, quando expiraria o prazo para que a 888 Partners efetuasse o investimento programado para outubro. A surpresa foi iniciar a guerra antes disso. E de forma tão intensa. + Conflito de interesses?
Enquanto a batalha se desenrolava nos bastidores, os torcedores aguardavam ansiosos por novidades. Afinal, a disputa pelo poder dentro do clube poderia impactar diretamente o desempenho do time em campo. A incerteza pairava sobre o futuro do Vasco, deixando todos em alerta. + E agora, quem sairá vitorioso?
Novo cenário de guerra no mundo do futebol
Especialistas analisam a situação após a decisão recente que desencadeou uma batalha intensa. O motivo por trás da guerra em curso não está relacionado ao retorno do futebol ao controle da associação civil sem fins lucrativos, o Club de Regatas Vasco da Gama, mas sim à sua possível transferência para outro grupo empresarial.
Durante vários meses, têm ocorrido negociações entre 777, Vasco e Crefisa. Apesar de Leila Pereira ter afirmado em uma entrevista no dia 22 de abril, no programa Roda Viva da TV Cultura, que não planejava investir no Vasco, a empresa liderada por ela e por seu marido, José Roberto Lamacchia, está negociando valores e realizou uma diligência em fevereiro para avaliar os riscos relacionados à 777.
Leila não está diretamente envolvida nas negociações, que são conduzidas por Lamacchia com o auxílio de seu advogado. Há a possibilidade de que outra empresa do grupo, como a Crefipar Participações e Empreendimento, esteja envolvida.
Pedrinho, em uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira, expressou sua proximidade com Lamacchia e destacou a disposição deste em ajudar o Vasco. No entanto, um obstáculo surgiu no plano elaborado por Lamacchia e Pedrinho, já que, inicialmente, os americanos não tinham a intenção de vender o Vasco separadamente dos demais clubes da rede, o que resultou em um aumento no preço.
Essas negociações envolvem cifras significativas. A Crefisa teria que desembolsar uma quantia para compensar a 777 e assumir todas as obrigações contratuais estabelecidas quando o Vasco criou a SAF, incluindo os investimentos financeiros.
Recentemente, houve interesse da SAF cruz-maltina por parte de diversos intermediários. No entanto, em dezembro passado, a 777 recusou propostas de interessados em adquirir os 70% que a empresa detém no Vasco.
Os americanos optaram por não considerar as ofertas, pois a estratégia comercial deles envolvia primeiro adquirir o Everton, na Inglaterra, para fortalecer o grupo antes de vender a holding como um todo, em vez de negociar cada clube separadamente.
O novo cenário de guerra foi desencadeado pela ação judicial movida pelo grupo de Pedrinho no Rio de Janeiro e pela decisão favorável do juiz, mesmo que temporária. Esses eventos alteraram significativamente o panorama da negociação.
Segundo intermediários consultados, a insegurança jurídica resultante do afastamento de Pedrinho reduziu drasticamente o interesse de outros investidores em adquirir a SAF do Vasco diretamente da 777. A incerteza gerada levanta a questão: por que um investidor compraria os 70% do Vasco se há o risco de perder esse ativo devido a uma decisão judicial futura, mesmo que as obrigações contratuais estejam sendo cumpridas?
Fonte: © GE – Globo Esportes
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