Manifestação em homenagem às vítimas de chacina. Reforma agrária promova agricultura familiar sustentável e processo de cura coletiva.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) continua sua tradição de marcar o dia 17 de abril como uma data simbólica em prol da reforma agrária. Ao longo dos anos, o MST se destacou na luta por uma reforma agrária que promova a justiça social e a igualdade de acesso à terra.
O trabalho do MST vai muito além de simbologias, envolvendo ações concretas de distribuição de terra e redistribuição de propriedades. A busca incessante pela reforma agrária reflete a necessidade urgente de transformações no cenário rural, garantindo o direito à terra para todos os cidadãos. Eles seguem firmes na missão de promover a reforma agrária através da redistribuição de terras, conscientizando a sociedade sobre a importância dessa pauta.
Marcha em Homenagem aos Mártires da Curva do S
A data trágica rememora o fatídico assassinato de 21 trabalhadores rurais, em 1996, na emblemática Curva do S, na rodovia PA-150, em Eldorado dos Carajás, Pará. Neste local, ocorreu uma emboscada cruel perpetrada por policiais militares contra um grupo do movimento. O espaço tornou-se um memorial em tributo aos mártires, um ponto de encontro anual para atividades do MST.
A Curva do S, palco de violência extrema, também se converteu em um símbolo de resistência, um campo sagrado onde vozes outrora silenciadas ecoam. O clamor pela terra, vida, natureza e pelos seres humanos ressoa intensamente. Em um processo de cura coletiva, a região tornou-se um local de celebração e reflexão, convocando à semeadura de dias de abundância e felicidade.
Luta Persistente pela Reforma Agrária e Agricultura Sustentável
Ao longo da jornada de luta pela reforma agrária, denominada Abril Vermelho, o MST conduziu mais de 30 ações por 14 estados do Brasil, mobilizando mais de 20 mil famílias sem terra. Entre essas ações, destacam-se as 24 ocupações em 11 estados, evidenciando a busca incansável por justiça no acesso à terra.
Nesse contexto, o MST, em seu aniversário de 40 anos, denuncia a existência de 105 mil famílias acampadas à espera de uma parcela de terra. As ocupações reiteram a necessidade premente de uma reforma agrária que fomente a produção de alimentos saudáveis, combatendo a fome no campo e nas cidades, e impulsionando o desenvolvimento do país em diferentes esferas.
Reforma Agrária e Orçamento para o Campo
O MST ressalta a relevância crucial da reforma agrária em um cenário onde o orçamento direcionado à obtenção de terra e direitos essenciais no campo é historicamente baixo. Em um contexto de dois anos consecutivos com os menores investimentos das últimas duas décadas, a urgência de ações efetivas torna-se evidente para garantir a dignidade e o sustento de milhares de famílias.
Na última atualização, o governo federal lançou o programa Terra da Gente, sob regulamentação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, visando incluir 295 mil novas famílias no programa nacional de reforma agrária até 2026. Além das tradicionais formas de desapropriação e regularização de terras públicas, a iniciativa abre caminho para alternativas legais de obtenção de terras, ampliando as possibilidades de acesso à terra para aqueles que mais necessitam.
Fonte: @ Agencia Brasil
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